Olá, querida leitora!
A videolaparoscopia é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo amplamente utilizado na ginecologia, tanto para diagnóstico quanto para tratamento de diversas condições, como endometriose, cistos ovarianos, miomas e infertilidade.
Embora seja considerada segura e apresente diversas vantagens, nem sempre a videolaparoscopia é a melhor escolha. Existem situações específicas em que o procedimento não é indicado, seja por riscos à saúde da paciente, seja por limitações técnicas.
Neste artigo, explico de forma clara quando a videolaparoscopia deve ser evitada e quais alternativas podem ser consideradas.
1. Contraindicações absolutas
Existem condições nas quais a videolaparoscopia não deve ser realizada em hipótese alguma devido aos riscos elevados:
- Instabilidade hemodinâmica: pacientes em estado crítico, com pressão arterial muito baixa ou choque, não podem ser submetidas ao procedimento, que exige anestesia geral e insuflação abdominal.
- Coagulopatias graves: distúrbios importantes de coagulação aumentam muito o risco de sangramento durante a cirurgia.
- Infecções ativas na parede abdominal ou cavidade peritoneal: quadros como peritonite aguda tornam o ambiente cirúrgico extremamente arriscado.
2. Contraindicações relativas
São situações em que a videolaparoscopia pode ser contraindicada ou realizada com cautela, dependendo da avaliação médica:
- Aderências extensas: pacientes com múltiplas cirurgias abdominais prévias podem ter muitas aderências, o que dificulta a inserção dos instrumentos e aumenta o risco de lesão em órgãos internos.
- Hérnias não tratadas: algumas hérnias abdominais podem representar um risco durante a insuflação do abdômen.
- Doenças pulmonares ou cardíacas graves: a pressão intra-abdominal causada pelo gás (geralmente CO₂) pode comprometer ainda mais a função respiratória ou cardiovascular.
- Obesidade mórbida: pode tornar a técnica mais complexa, mas não necessariamente impede o procedimento — depende de uma avaliação individualizada.
3. Quando optar por outras abordagens?
Em algumas situações, a cirurgia aberta (laparotomia) ou o tratamento clínico podem ser mais seguros e eficazes, como em casos de:
- Tumores grandes demais para serem manipulados por videolaparoscopia.
- Necessidade de acesso amplo e rápido, como em emergências ginecológicas.
- Infecções ou inflamações que tornem o ambiente cirúrgico inadequado para o método minimamente invasivo.
A videolaparoscopia revolucionou a cirurgia ginecológica, oferecendo mais conforto, recuperação mais rápida e menos dor. No entanto, não é indicada para todas as pacientes e cada caso deve ser avaliado com muita cautela.
Se você recebeu a indicação para uma cirurgia ou tem dúvidas sobre o melhor tratamento para o seu caso, converse com sua ginecologista. A decisão deve ser sempre segura, personalizada e responsável.
Com carinho,
Dra. Tânia Regina A. Perci