O que muda no corpo da mulher ao parar o anticoncepcional?

Olá, querida leitora!

O uso de anticoncepcional hormonal é uma das formas mais comuns de evitar a gravidez e tratar diversas condições ginecológicas, como ovários policísticos, cólicas intensas e irregularidades menstruais. Mas e quando a mulher decide parar o anticoncepcional? O que muda no corpo e como se preparar para esse momento?

Neste artigo, explico o que pode acontecer após a suspensão do anticoncepcional e quando é importante procurar acompanhamento médico.

1. A volta do ciclo natural

Ao parar o anticoncepcional, o corpo retoma sua produção hormonal natural. Isso significa que o ciclo menstrual volta a ser regido pelos hormônios do próprio organismo, o que pode trazer algumas mudanças:

  • O ciclo pode se tornar irregular nos primeiros meses.
  • Algumas mulheres notam o retorno de sintomas que o anticoncepcional ajudava a controlar, como TPM, cólicas, acne ou aumento do fluxo menstrual.
  • Outras sentem uma melhora na disposição e libido, já que os hormônios sintéticos podem afetar esses aspectos.

2. Fertilidade: quando ela volta?

Muitas mulheres acreditam que leva muito tempo para engravidar após parar o anticoncepcional, mas a verdade é que a fertilidade pode retornar rapidamente, às vezes até no primeiro ciclo após a interrupção.

Por isso, se você não pretende engravidar, é essencial conversar com seu ginecologista para escolher outro método contraceptivo.

3. Pele, cabelo e emoções

  • Pele e cabelo: o anticoncepcional pode ajudar no controle da oleosidade e da acne. Ao parar, é possível que esses sintomas reapareçam temporariamente, especialmente se já existiam antes do uso.
  • Humor: algumas mulheres relatam mudanças emocionais — tanto para melhor quanto para pior — com a suspensão do uso. Isso acontece porque o corpo precisa se adaptar novamente ao ciclo hormonal natural.

4. Sintomas que merecem atenção

É comum sentir alterações nos primeiros meses, mas se você perceber:

  • Sangramentos anormais ou muito intensos;
  • Dores pélvicas constantes;
  • Ausência de menstruação por mais de 3 meses;

Procure uma avaliação ginecológica. Esses sinais podem indicar alguma condição que estava sendo controlada pelo anticoncepcional, como SOP ou endometriose.

5. O acompanhamento é essencial

Parar o anticoncepcional é uma decisão que deve ser tomada com consciência e acompanhamento médico. O ginecologista pode:

  • Avaliar seu histórico de saúde;
  • Preparar seu corpo para essa transição;
  • Indicar exames e alternativas contraceptivas, caso necessário.

Conclusão

Cada mulher responde de forma diferente à suspensão do anticoncepcional. Algumas passam por esse processo com tranquilidade, outras sentem mais alterações. O mais importante é entender o que está acontecendo com o corpo e contar com o suporte de um profissional de confiança durante essa fase.

Se você está pensando em parar o anticoncepcional ou já parou e está com dúvidas, agende sua consulta. O seu corpo merece esse cuidado!

Com carinho,

Dra. Tânia Regina A. Perci

Mastalgia: quando a dor na mama merece atenção?

Olá, querida leitora!

Sentir dor nas mamas é uma queixa muito comum entre as mulheres, especialmente em determinadas fases do ciclo menstrual. Esse desconforto é chamado de mastalgia e, na maioria das vezes, está relacionado a causas benignas.

Mas, afinal, quando essa dor é considerada normal e quando deve ser um sinal de alerta?

O que é mastalgia?

A mastalgia é a dor localizada em uma ou ambas as mamas. Pode se manifestar como:

  • Peso
  • Ardência
  • Pontadas
  • Desconforto ao toque

Ela pode ser cíclica ou não cíclica:

1. Mastalgia cíclica:

  • Relacionada às alterações hormonais do ciclo menstrual.
  • Mais comum em mulheres jovens.
  • Normalmente aparece alguns dias antes da menstruação e melhora espontaneamente.

2. Mastalgia não cíclica:

  • Não está ligada ao ciclo menstrual.
  • Pode surgir em qualquer idade.
  • Pode ser causada por cistos, inflamações, alterações musculares, uso de medicamentos ou mesmo estresse.

Mastalgia é sinal de câncer?

Essa é uma dúvida frequente no consultório!
Na maioria das vezes, a mastalgia não está associada ao câncer de mama.

O câncer geralmente é indolor, especialmente nas fases iniciais. Contudo, é sempre importante consultar um mastologista para uma avaliação completa, principalmente se:

  • A dor for intensa e persistente.
  • Estiver localizada em um ponto específico.
  • Vier acompanhada de caroço, vermelhidão ou alterações na pele da mama.

Quando procurar um mastologista?

Procure atendimento especializado se perceber:

  • Dor intensa que interfere na qualidade de vida.
  • Nódulo ou caroço palpável.
  • Secreção pelo mamilo.
  • Alterações na pele ou na forma da mama.

Mesmo quando a dor parece ser hormonal, a avaliação médica é essencial para afastar qualquer possibilidade de doenças.

Como é feito o diagnóstico?

O mastologista realizará:

  • Exame físico detalhado.
  • Pedirá exames de imagem como ultrassom ou mamografia, dependendo da idade e do quadro clínico.

Em alguns casos, outros exames complementares podem ser indicados.

Como aliviar a mastalgia?

Algumas medidas que podem ajudar:

  • Usar sutiãs adequados, que ofereçam sustentação.
  • Praticar atividade física regular.
  • Reduzir o consumo de cafeína e gorduras.
  • Técnicas de relaxamento para controlar o estresse.
  • Em alguns casos, o médico pode indicar medicamentos.

A importância do acompanhamento médico

Mesmo que a mastalgia seja, na maioria dos casos, uma condição benigna, não deve ser negligenciada. O acompanhamento com um mastologista é fundamental para garantir a saúde das mamas e a tranquilidade da paciente.

Lembre-se: não ignore sinais do seu corpo. Procure orientação e cuide-se!

Com carinho,

Dra. Tânia Regina A. Perci

Quando a videolaparoscopia NÃO é indicada?

Olá, querida leitora!

A videolaparoscopia é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo amplamente utilizado na ginecologia, tanto para diagnóstico quanto para tratamento de diversas condições, como endometriose, cistos ovarianos, miomas e infertilidade.

Embora seja considerada segura e apresente diversas vantagens, nem sempre a videolaparoscopia é a melhor escolha. Existem situações específicas em que o procedimento não é indicado, seja por riscos à saúde da paciente, seja por limitações técnicas.

Neste artigo, explico de forma clara quando a videolaparoscopia deve ser evitada e quais alternativas podem ser consideradas.

1. Contraindicações absolutas

Existem condições nas quais a videolaparoscopia não deve ser realizada em hipótese alguma devido aos riscos elevados:

  • Instabilidade hemodinâmica: pacientes em estado crítico, com pressão arterial muito baixa ou choque, não podem ser submetidas ao procedimento, que exige anestesia geral e insuflação abdominal.
  • Coagulopatias graves: distúrbios importantes de coagulação aumentam muito o risco de sangramento durante a cirurgia.
  • Infecções ativas na parede abdominal ou cavidade peritoneal: quadros como peritonite aguda tornam o ambiente cirúrgico extremamente arriscado.

2. Contraindicações relativas

São situações em que a videolaparoscopia pode ser contraindicada ou realizada com cautela, dependendo da avaliação médica:

  • Aderências extensas: pacientes com múltiplas cirurgias abdominais prévias podem ter muitas aderências, o que dificulta a inserção dos instrumentos e aumenta o risco de lesão em órgãos internos.
  • Hérnias não tratadas: algumas hérnias abdominais podem representar um risco durante a insuflação do abdômen.
  • Doenças pulmonares ou cardíacas graves: a pressão intra-abdominal causada pelo gás (geralmente CO₂) pode comprometer ainda mais a função respiratória ou cardiovascular.
  • Obesidade mórbida: pode tornar a técnica mais complexa, mas não necessariamente impede o procedimento — depende de uma avaliação individualizada.

3. Quando optar por outras abordagens?

Em algumas situações, a cirurgia aberta (laparotomia) ou o tratamento clínico podem ser mais seguros e eficazes, como em casos de:

  • Tumores grandes demais para serem manipulados por videolaparoscopia.
  • Necessidade de acesso amplo e rápido, como em emergências ginecológicas.
  • Infecções ou inflamações que tornem o ambiente cirúrgico inadequado para o método minimamente invasivo.

A videolaparoscopia revolucionou a cirurgia ginecológica, oferecendo mais conforto, recuperação mais rápida e menos dor. No entanto, não é indicada para todas as pacientes e cada caso deve ser avaliado com muita cautela.

Se você recebeu a indicação para uma cirurgia ou tem dúvidas sobre o melhor tratamento para o seu caso, converse com sua ginecologista. A decisão deve ser sempre segura, personalizada e responsável.

Com carinho,

Dra. Tânia Regina A. Perci

Como se preparar para o exame preventivo (Papanicolau)

Olá, querida leitora!

O exame preventivo, também conhecido como Papanicolau, é um dos principais aliados na prevenção do câncer do colo do útero — uma doença que pode ser silenciosa, mas tem altas chances de cura quando identificada precocemente.

Apesar da importância, muitas mulheres ainda têm dúvidas (ou receio) sobre como o exame é feito e como se preparar corretamente para realizá-lo. Neste artigo, vou te explicar tudo o que você precisa saber para chegar tranquila ao consultório e garantir um resultado mais preciso.


O que é o exame preventivo?

O exame preventivo é simples, rápido e indolor na maioria dos casos. Ele coleta células da parte interna e externa do colo do útero para identificar alterações que possam indicar infecções, inflamações ou sinais iniciais de câncer.

O exame deve ser feito por mulheres que já iniciaram a vida sexual, especialmente entre 25 e 64 anos, com frequência anual (ou conforme orientação do ginecologista).


Como se preparar para o Papanicolau?

1. Evite relações sexuais 48h antes

Mesmo com preservativo, o ideal é não ter relação sexual dois dias antes do exame, pois isso pode interferir nos resultados da coleta.

2. Não use duchas vaginais, cremes ou medicamentos

Evite o uso de produtos na região íntima nos dois dias anteriores ao exame, a não ser que sejam prescritos por seu médico.

3. Não agende o exame durante a menstruação

O período menstrual pode dificultar a visualização do colo do útero e alterar o resultado do exame. O ideal é realizar o Papanicolau entre o 10º e o 20º dia do ciclo (contando a partir do primeiro dia da menstruação).

4. Informe o médico sobre sintomas ou tratamentos

Caso você esteja com algum sintoma (como corrimento, dor ou sangramento) ou usando algum medicamento, avise seu ginecologista antes do exame.


E no dia do exame?

Use roupas confortáveis, respire fundo e lembre-se: você está cuidando da sua saúde. O exame é rápido e, embora possa causar um leve incômodo, não costuma provocar dor. Converse com sua médica, tire suas dúvidas e sinta-se à vontade durante o atendimento.


Conclusão

O Papanicolau é um exame simples, mas que pode salvar vidas. Com a preparação certa e o acompanhamento ginecológico regular, é possível detectar precocemente alterações no colo do útero e agir a tempo.

Se você está com o exame atrasado ou nunca realizou, que tal marcar sua consulta? Cuidar de você também é um ato de amor-próprio.

Com carinho,

Dra. Tânia Regina A. Perci

Caroço na mama sempre é câncer?

Olá, querida leitora!

Descobrir um nódulo ou caroço na mama pode gerar muita preocupação — e com razão. O câncer de mama é uma das doenças mais temidas pelas mulheres, e o aparecimento de qualquer alteração no seio costuma acender um sinal de alerta. Mas será que todo caroço na mama é sinal de câncer?

A resposta é: nem sempre. Na verdade, a maioria dos nódulos mamários são benignos, principalmente em mulheres mais jovens. Ainda assim, todo caroço deve ser avaliado por um mastologista, pois apenas o exame clínico e os exames de imagem podem confirmar sua natureza.

O que pode ser um caroço na mama?

Existem diversas causas possíveis para o surgimento de um nódulo mamário. Veja as mais comuns:

1. Fibroadenoma

É o tipo mais comum de nódulo benigno nas mamas, geralmente encontrado em mulheres entre 15 e 35 anos. São móveis, indolores e não costumam evoluir para câncer.

2. Cistos

São bolsas cheias de líquido que podem surgir com variações hormonais, principalmente no período pré-menstrual. Também são benignos, mas podem causar desconforto se aumentam de tamanho.

3. Alterações relacionadas ao ciclo menstrual

As mamas podem ficar mais sensíveis, com sensação de nódulos temporários que desaparecem após a menstruação.

4. Lipoma

Acúmulo de gordura sob a pele que forma um nódulo de crescimento lento e geralmente indolor.

5. Câncer de mama

Apesar de menos comum, o nódulo pode sim ser maligno. Características como consistência endurecida, fixação à pele, crescimento rápido e ausência de dor podem ser sinais de alerta.

Como saber se é câncer?

Somente o exame clínico aliado a exames de imagem (como mamografia e ultrassonografia) pode indicar se um nódulo é suspeito. Em alguns casos, é necessário realizar uma biópsia para confirmar o diagnóstico.

Alguns sinais de atenção incluem:

  • Caroço endurecido e irregular
  • Alterações na pele da mama (aspecto de casca de laranja)
  • Retração do mamilo
  • Secreção com sangue
  • Inchaço ou nódulos na axila

Quando procurar a mastologista?

A recomendação é clara: sempre que notar qualquer alteração nas mamas, mesmo que não haja dor. Quanto antes for feita a avaliação, maiores as chances de um diagnóstico precoce — seja para tranquilizar ou para iniciar um tratamento, se necessário.

Conclusão

Nem todo caroço na mama é câncer, mas todo nódulo precisa ser investigado. O medo é compreensível, mas a melhor resposta é a informação e o cuidado certo. Ao manter os exames de rotina em dia e procurar orientação especializada ao menor sinal de mudança, você está cuidando ativamente da sua saúde.

Com carinho,

Dra. Tânia Regina A. Perci

Antes e depois da videolaparoscopia: o que muda para a paciente

Olá, querida leitora!

A videolaparoscopia é uma técnica cirúrgica minimamente invasiva que tem transformado a forma como tratamos diversas condições ginecológicas. Mas além dos benefícios clínicos, o que realmente muda na vida da paciente antes e depois desse procedimento?

Neste artigo, explico de forma simples o que esperar dessa cirurgia, como ela impacta o corpo e a qualidade de vida — e por que ela representa um avanço importante na medicina.

O que é a videolaparoscopia?

A videolaparoscopia é uma cirurgia realizada por meio de pequenas incisões no abdome, por onde são inseridas uma câmera e instrumentos delicados. Com isso, o médico consegue visualizar e tratar alterações internas com mais precisão e menos agressividade ao corpo.

Ela é indicada em diversos casos, como:

  • Endometriose
  • Cistos nos ovários
  • Miomas uterinos
  • Gravidez ectópica
  • Dor pélvica crônica
  • Laqueadura tubária
  • Infertilidade de causa indefinida

Antes da cirurgia: dúvidas, receios e preparo

Antes da videolaparoscopia, é comum que a paciente esteja enfrentando sintomas desconfortáveis, como dor pélvica intensa, sangramentos fora do ciclo ou dificuldade para engravidar. Muitas vezes, já passou por diversos exames e tentativas de tratamento clínico.

O momento que antecede a cirurgia pode trazer ansiedade, dúvidas e medo. Por isso, o acolhimento médico e uma explicação clara sobre o procedimento são fundamentais para que a paciente se sinta segura.

O preparo inclui:

  • Jejum pré-operatório
  • Avaliação pré-anestésica
  • Exames laboratoriais
  • Internação breve (geralmente no mesmo dia da cirurgia)

Depois da videolaparoscopia: o que muda?

A recuperação após a videolaparoscopia tende a ser rápida e menos dolorosa que a de uma cirurgia tradicional. Mas além disso, o principal impacto está na melhora da qualidade de vida. Veja as principais mudanças que a paciente costuma perceber:

1. Alívio da dor

Em casos de endometriose, por exemplo, a videolaparoscopia permite remover focos da doença que causavam dor intensa e limitavam a rotina. A redução dos sintomas é muitas vezes imediata.

2. Cicatrizes discretas

As incisões feitas na pele são pequenas e, com o tempo, as cicatrizes se tornam quase imperceptíveis. Isso contribui para a autoestima e para uma recuperação mais confortável.

3. Recuperação mais rápida

Em poucos dias, muitas pacientes já retomam atividades leves. O retorno ao trabalho e à rotina costuma acontecer entre 7 e 15 dias, dependendo do caso.

4. Menor risco de complicações

Como é minimamente invasiva, a videolaparoscopia oferece menor risco de infecção, sangramento e aderências internas, quando comparada à cirurgia aberta.

5. Novas possibilidades

Em situações como infertilidade ou diagnóstico incerto, a videolaparoscopia pode trazer respostas e abrir caminhos para novos tratamentos — inclusive para quem deseja engravidar.

Cuidados no pós-operatório

Apesar da recuperação mais tranquila, alguns cuidados são essenciais no pós-operatório:

  • Evitar esforço físico nas primeiras semanas
  • Seguir a orientação médica sobre medicações e retorno às atividades
  • Observar sinais como febre, dor intensa ou sangramento e comunicar ao médico, se necessário

Conclusão

A videolaparoscopia não é apenas uma técnica cirúrgica moderna — ela representa um recomeço para muitas mulheres. Seja pelo alívio da dor, pela melhora na fertilidade ou pelo ganho em qualidade de vida, os benefícios vão muito além da cirurgia em si.

Se você tem dúvidas sobre o procedimento ou recebeu essa indicação, converse com sua ginecologista de confiança. O conhecimento e o cuidado certo fazem toda a diferença no antes e depois.

Com carinho,

Dra. Tânia Regina A. Perci